segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Javi Rodríguez sonha uma final diante do Brasil

Prestes a disputar a sua quarta Copa do Mundo de Futsal, ninguém melhor que Javi Rodríguez para falar sobre as condições da atual campeã Espanha. A razão está no seu currículo: dois campeonatos mundiais (Guatemala 2000 e China Taipei 2004), três europeus (Rússia 2001, República Tcheca 2005 e Portugal 2007), Bola de Prata em 2004 e diversas conquistas em torneios de clubes.

Estamos conscientes de que vai ser a Copa do Mundo mais difícil de ganhar, porque será no Brasil, que é o grande favorito”, afirmou o capitão espanhol. “E, depois de dois títulos consecutivos, nós somos a equipe a bater," afirma ele. "Eu sonho com uma final Brasil-Espanha. Eles não ganharam os dois últimos mundiais por nossa culpa, e vão estar supermotivados. O público? Não nos preocupa. As vaias servirão para nos encorajar."

Javi conhece a pressão extra que vem com o título, mas assume a responsabilidade com orgulho. "Ganhamos o respeito que temos hoje por fazer as coisas direito. A Espanha tem dois grandes segredos. Primeiro: somos um grupo muito unido, remamos todos na mesma direção. Segundo, há um grupo magnífico, tanto dentro quanto fora da quadra. Ninguém se acha melhor do que o outro, e isso nos dá força".

O atacante, no entanto, não subestima ninguém no Grupo D. "O Irã é o atual campeão da Ásia e temos que levá-lo em conta, e o mesmo vale para a República Tcheca, que é uma equipe com jogadores que vêm trabalhando juntos há muito tempo. Mas eu não diria que Uruguai e Líbia são rivais mais acessíveis, afinal, num Mundial, ninguém é. Se estão ali é por um bom motivo, e às vezes aqueles que você descarta são os que te surpreendem".

Aos 34 anos, Javi depara-se com o seu quarto Mundial. Ele estreou na Espanha 1996: "Apesar de chegar por uma lesão de um companheiro, foi maravilhoso. Jogamos em casa, e foi muito especial reunir mais de 15 mil pessoas na final, no Palau Sant Jordi de Barcelona. Ver essa gente vibrar foi incrível".

E foi mais além: "Tudo foi bonito na Guatemala, desde o país, onde você se sentia em casa, até a final, quando acabamos com a hegemonia do Brasil. A China Tapei foi a confirmação de que o título anterior não havia sido sorte sem trabalho", lembrou ele. O momento mais especial? "O gol na final da Guatemala contra o Brasil”.

Apesar de ter 16 anos de experiência nas costas, Rodríguez não pensa em se aposentar. "Tenho, pelo menos, mais duas temporadas à minha frente. Com 36, quando meu contrato com o Barcelona acabar, veremos se as lesões me poupam. No momento quero viver um dia de cada vez e aproveitar este Mundial".

No entanto, ele não aponta um sucessor para o seu legado. "Não tem que haver um herdeiro. Cada jogador tem seu peso e sua personalidade, e muitos aparecerão quando eu não estiver mais na equipe. Só espero que a seleção continue ganhando".

Antes de falar de despedidas, Javi Rodríguez prefere falar de objetivos: "Vamos com muita confiança, porque vencemos dois mundiais e vamos levar este também. Passo a passo, com diversão e para ganhar," ele completou.

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