quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Brasil tenta acabar com hegemonia espanhola

Pentacampeão da Copa do Mundo de Futsal (apesar de a Fifa não reconhecer as duas primeiras conquistas), o Brasil viu seu domínio ser superado pela Espanha nas duas últimas edições - 2000 e 2004.

Nas duas ocasiões, o Brasil tinha a melhor campanha, o melhor ataque, os artilheiros, era o favorito, mas parou na equipe espanhola - em 2000 na final e em 2004 na semifinal.

Mas agora, o Brasil será sede do Mundial. E, diante da sua torcida, a seleção de futsal quer retomar a hegemonia mundial na modalidade. "Não dá para comparar este Mundial com o passado. O intercâmbio e a preparação agora estão muito melhores", avaliou o supervisor da equipe, Reinaldo Simões.

O dirigente reconheceu também que a força dos rivais espanhóis permanece para esta edição da Copa do Mundo. "Sem dúvida é o nosso maior adversário. É o rival a ser batido, já que é o atual campeão mundial".

Já o pivô Wilde foi ainda além. Para ele, apesar do fator casa, o Brasil não é o favorito para a conquista da competição. "Vamos jogar em casa, mas eles [os espanhóis] são os bicampeões mundiais. Vamos aproveitar a ajuda da torcida para jogar bem e ganhar", torceu.

Mas apesar de já vislumbrar um confronto contra a Espanha, os brasileiros adotam um discurso de que há de se visar cada etapa de uma vez. "Eles [os espanhóis] vêm confiantes, mas, em certos pontos, pensando que será fácil ter o tricampeonato no Brasil. Isso nos dá mais confiança e incentivo em buscar a vitória passando por etapas: primeiro a primeira fase, depois os playoffs e a final, respeitando todos os adversários, mas sabendo que temos condições de buscar o primeiro posto", disse o fixo Carlinhos, que atua no futsal espanhol.

O Brasil está no grupo A, com sede em Brasília, ao lado de Rússia, Ilhas Salomão, Cuba e Japão. Já a Espanha está no grupo D, com sede no Rio de Janeiro, com Irã, Líbia, República Tcheca e Uruguai.

Apenas duas equipes de cada um dos quatro grupos se classificam para a segunda fase. Brasil e Espanha podem se encontrar já na segunda fase, desde que não terminem nas mesmas posições (ex: se o Brasil terminar em primeiro no A, a Espanha teria que terminar em segundo no D, e vice-versa). Na segunda fase, as equipes se dividem em dois grupos de quatro (E e F), em que os dois melhores se classificam para a final.

O ala Marquinho aponta a Rússia como principal adversária na primeira fase, na qual o Brasil também enfrentará Japão, Ilhas Salomão e Cuba. "Não jogamos contra eles na preparação, mas enfrentamos clubes russos nas competições européias, e eles sempre atuaram muito bem".

Os jogadores estão tão focados na conquista do título que já fazem um alerta para a torcida, que costumeiramente espera que a seleção dê espetáculo quando atua em quadra. "Hoje não existe mais show no futsal. Poderemos golear alguma seleção, mas os jogos tendem a ser muito equilibrados, como observamos ultimamente", avaliou o fixo Schumacher.

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