quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Goiás projeta estragar festa são-paulina

Última rodada do Brasileiro. O Goiás atuará como mandante contra o líder, um clube paulista, que precisa apenas empatar para ser campeão, independentemente dos outros resultados. Paulo Baier, por exemplo, destaque da equipe esmeraldina, cita laços pessoais para se motivar e ajudar o segundo colocado, um time do Rio Grande do Sul.

O enredo é o que antecede a partida do próximo domingo, contra o São Paulo, no Bezerrão, no Gama. Mas também conta a história da última rodada de 2005, ano em que a taça ficou com o Corinthians.

Assim como aconteceu há três anos, o Goiás ignora a falta de pretensão, intromete-se em uma disputa polarizada pelo título nacional e assume status de protagonista nos dias anteriores à última rodada do certame.

Em 2005, o Corinthians tinha 82 pontos e liderava o Brasileiro. O time alvinegro disputava o título com o Internacional, que tinha 78, e tinha um confronto com o Goiás na última rodada. Um empate era suficiente para a levar o troféu para o Parque São Jorge.

Os dias que precederam a esse jogo foram marcados por especulações sobre um incentivo financeiro dos gaúchos ao Goiás. E também por uma declaração do meia Paulo Baier, destaque da equipe esmeraldina, sobre as razões para motivação: "Quero ajudar o Inter. Minha família mora em Ijuí [RS] e estará torcendo por mim e pelo Inter".

Esses fatores transformaram o Goiás em personagem principal da semana decisiva. A ponto de o time esmeraldino ter encontrado repercussão tão grande quanto Corinthians e Internacional, que decidiam a taça.

"Essa partida é uma chance para todo atleta expor seu futebol. Será um jogo visto pelo mundo inteiro, e todo mundo quer participar", analisou, à época, Geninho, técnico da equipe goiana.

Grande parte da história daquela temporada voltou à tona em 2008. O São Paulo também precisa de um empate na última rodada para ser campeão nacional. E tem como adversário o Grêmio, outro time oriundo do Rio Grande do Sul, que jogará contra o Atlético-MG no domingo.

"Vamos ganhar do São Paulo, não só tirar pontos. A torcida se comoveu para a partida. Todo mundo está muito animado. Parece que uma vitória daria o título do campeonato, pois ganharíamos nada mais nada menos do que do São Paulo, o que daria para o clube respeito e marketing perante os demais", projetou Edmo Pinheiro, vice-presidente do Goiás.

A empolgação do Goiás com a chance de atrapalhar a festa foi reforçada, mais uma vez, por Paulo Baier. O meia revelou nesta semana que é torcedor do Grêmio e quer pretende ajudar a equipe gaúcha a conquistar o título nacional.

Em 2008, a ascensão em termos de mídia do Goiás na reta final, ainda foi reforçada por uma polêmica sobre o local da partida final. Punido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva, o time esmeraldino não poderá mandar o confronto no Serra Dourada e precisará enfrentar o São Paulo no Bezerrão, no Gama. Com isso, Goiânia perdeu a chance de ver a decisão de um título do brasileiro pela segunda vez na história.

"Ninguém quer ficar marcado. Todo mundo vai perguntar em cima de quem o São Paulo foi campeão e os jogadores não vão querer que a resposta seja o Goiás. Passei por uma situação parecida, em 2005, quando eu estava lá e o jogo era contra o Corinthians. A partida não valia nada para nós, mas demos a vida e vencemos por 3 x 2. Até pelos atletas que eu conheço, tenho certeza que a motivação será igual", ponderou o zagueiro André Dias.

No entanto, o São Paulo não se mostra preocupado com as coincidências entre a atual temporada e a história de 2005. Naquele ano, a despeito de ter perdido por 3 x 2, o Corinthians ficou com a taça porque o Internacional também foi superado na rodada final - 1 x 0 para o Coritiba, em Curitiba.

"É só coincidência. Somente isso", resumiu Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, diretor de futebol do São Paulo. "Jogar lá é uma dificuldade muito grande porque o atleta precisa correr cinco vezes mais para aparecer tanto quanto em São Paulo. Temos de ter muito respeito pelo Goiás, mas vamos lutar muito pelo título. Lutamos muito para chegar até aqui", completou André Dias.

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